Conte-nos um pouco sobre você!
Sou filho e neto de missionários americanos que se mudaram para o Brasil em 1952. Como minha mãe nasceu aqui (meu pai era um bebê de sete meses), nasci automaticamente brasileiro – embora tenha nascido nos Estados Unidos. Tendo sido criado no Brasil, aprendi inglês americano em casa e também português brasileiro. Sou fluente em ambas as línguas. Os computadores entraram em minha vida quando meu pai percebeu a importância e o valor deles nos anos oitenta. Vê-lo hackear um Apple IIe e uma impressora tipo margarida para obter o acento do til sobre a letra “y” foi uma aventura por si só.
Por que eu fui educado em casa (homeschooling), o valor e a importância do software livre tornaram-se muito claros para mim assim que ouvi sobre ele, por volta de 1999. Assim que ouvi falar do Linux, fiquei viciado. Então, ouvi falar do StarOffice, que mais tarde se tornou o OpenOffice, que se bifurcou no LibreOffice e vi o nascimento do The Document Foundation .
Estive em uma jornada de aprendizado durante a maior parte da minha vida. Tudo o que aprendi foi de forma autodidata, incluindo o LibreOffice. Minha principal atividade na vida é dar aulas em geral. Ensinar software para novatos como idosos, desfavorecidos e jovens é uma paixão que tenho. O LibreOffice é um excelente ponto de partida, pois possui praticamente todas as áreas básicas: texto, imagens, linguagens de marcação, lógica de programação em uma escala muito simples com macros, bancos de dados etc., e muito, muito, mais.
No que você está trabalhando no projeto LibreOffice agora?
No momento, faço parte da equipe brasileira de tradução e edição. Sou novo e ainda estou aprendendo a me organizar melhor. O time brasileiro comandado por Olivier Hallot é maravilhoso, divertido e ao mesmo tempo muito sério com seu trabalho. Nossas reuniões de quarta-feira à noite (Papo Libre) tem um ambiente divertido e agradável – sem perder o toque necessário para uma equipe de edição. Eu aprendo muito com todos apenas por ouvi-los.
Por que você decidiu se tornar um membro da The Document Foundation?
Em primeiro lugar, tornar-se membro do TDF é uma forma de começar a conhecer outras pessoas e, em segundo lugar, creio que tornar-se membro acrescenta prestígio a um curriculum vitae.
Tanto o contato com pessoas ao redor do globo, quanto fazer parte de algo livre, aberto e sério como a TDF abrirá novas portas para eu ajudar a “converter” pessoas para o LibreOffice, os ideais do TDF e do software livre em geral.
Mais alguma coisa que você planeja fazer no futuro? O que o LibreOffice realmente precisa?
Existem duas coisas principais que eu gostaria de fazer com o LibreOffice:
- Criar um padrão de ensino para TI.
- Convencer as empresas a adotar mais padrões abertos por meio do LibreOffice.
Participando de muitos grupos diferentes do LibreOffice, percebi uma grande demanda de mudança na aparência do LibreOffice. Pode parecer trivial, mas, muitas pessoas não técnicas tomam uma decisão de aceitação ou rejeição com base na aparência. Eu acredito que seria sensato fazer uma revisão do visual.
Pessoalmente, não presto muita atenção nisso já que me concentro na usabilidade, mas estou cercado de pessoas que rejeitam muitas coisas simplesmente porque o visual não é “moderno”, “contemporâneo” ou “legal” o suficiente.
Tenho 47 anos, então, minha idade pode ser um fator que contribui para a forma como interpreto os aspectos visuais (o que significa que não me importo muito com eles). Por outro lado, com o passar dos anos, percebo que minha forma de pensar e de fazer as coisas se solidificou um pouco. Uma geração mais velha pode correr o risco de não prestar atenção à nova geração e esta geração (dos meus filhos ou mais jovens) é uma geração altamente visual.
Muito obrigado a Tim por todas as suas contribuições! Todos os que estão ajudando no projeto LibreOffice são bem-vindos para se inscrever na TDF e nos ajudar para direcionar nossos projetos para o futuro 👍
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Tradução e revisão: Olivier Hallot